O prefeito do Recife, João Campos (PSB), está enfrentando uma onda de críticas após a recente aprovação de uma reforma administrativa que aumentou o número de cargos comissionados na gestão municipal. Com a criação de 423 novos cargos, a capital pernambucana agora soma um total de 3.555 comissionados — número superior ao total do Governo do Estado, que possui 3.378, comandado pela governadora Raquel Lyra (PSDB).
A medida, aprovada pela Câmara de Vereadores, teve impacto estimado de R$ 65,9 milhões anuais aos cofres públicos. A justificativa da Prefeitura é que os cargos são necessários para ampliar a eficiência da gestão e garantir melhores serviços à população. No entanto, setores da sociedade civil e da oposição política veem a iniciativa como inchaço da máquina pública e favorecimento político.
Além das críticas administrativas, João Campos vive um momento delicado com o funcionalismo público. Professores da rede municipal têm se manifestado contra a falta de um reajuste salarial digno, acusando a Prefeitura de negligenciar as demandas da categoria. Outro ponto que gerou insatisfação foi o aumento de apenas R$ 1 no valor do ticket de alimentação dos servidores, o que muitos consideraram um desrespeito diante do custo de vida elevado na capital.
As polêmicas acontecem em meio a especulações sobre uma possível candidatura de João Campos ao Governo do Estado em 2026. Ele tem se colocado como uma das principais lideranças do PSB no Nordeste, mas os recentes episódios podem minar parte do apoio popular que conquistou nos últimos anos.
