O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, no início de sua viagem pelo sudeste asiático, nesta quinta-feira (23), acordos econômicos com a Indonésia, novo membro dos BRICS e mais um país afetado pelas tarifas dos Estados Unidos.

Na capital Jacarta, Lula afirmou ao presidente indonésio, Prabowo Subianto, que vai buscar o quarto mandato nas eleições de 2026. Disse ainda que vai encontrá-lo “muitas vezes”, sugerindo que permanecerá no poder além do ano que vem.
“Vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que estou com a mesma energia que tinha com 30 anos de idade. Pode ter certeza, vou disputar um quarto mandato no Brasil. Estou dizendo isso porque nós ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano, mas eu estou preparado para disputar outras eleições”, disse Lula, durante declaração conjunta à imprensa ao lado de Subianto, no Palácio Merdeka.
O encontro entre os dois presidentes ocorreu em tom descontraído. O presidente Subianto, que fez 74 anos na semana passada, convidou Lula, que completa 80 anos na segunda-feira, 27, para uma festa de aniversário conjunta na noite desta quinta-feira.

O Brasil firmou acordos com a Indonésia, país com mais de 280 milhões de habitantes. Foi estabelecido cooperação em setores estratégicos como petróleo, gás, energia elétrica, tecnologia, mineração e agricultura. A aproximação acontece poucos meses após o governo Trump impor tarifas de 19% sobre produtos indonésios e de 50% sobre itens brasileiros, medida que pressionou as duas economias e impulsionou a busca por novas parcerias para ampliar o comércio e reduzir a dependência dos Estados Unidos.
“Como é possível que dois países tão importantes no mundo, como Indonésia e Brasil, que juntos somam quase 500 milhões de habitantes, tenham um comércio de apenas 6 bilhões de dólares? É pouco para a Indonésia e é pouco para o Brasil”, questionou Lula durante uma declaração à imprensa.
A viagem levará Lula à Malásia para participar na reunião de cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que começa no domingo e durante a qual poderia se reunir com o presidente americano Donald Trump.
Por Luis Eduardo
