Por que é Preciso tirar as telas das crianças autistas? por Jorge Quintino

Foto:Cortesia.

As telas, como televisores, tablets e smartphones, tornaram-se parte integrante da vida moderna, oferecendo entretenimento, aprendizado e conectividade. No entanto, é preciso ponderar sobre os impactos negativos que o uso excessivo dessas tecnologias pode causar, especialmente entre crianças autistas. Estudos recentes e experiências práticas apontam que a exposição prolongada a telas pode agravar sintomas do autismo e dificultar o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas essenciais.

Crianças autistas frequentemente enfrentam desafios em interações sociais e comunicação. O tempo excessivo em frente às telas pode agravar esses problemas, já que reduz o tempo disponível para interações humanas reais. A interação face a face é fundamental para o desenvolvimento da linguagem e das habilidades sociais. Quando as crianças estão focadas em telas, perdem oportunidades valiosas de aprendizado social, como interpretar expressões faciais, gestos e tom de voz
A exposição prolongada a dispositivos eletrônicos pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo das crianças. Estudos indicam que o uso excessivo de telas está associado a déficits de atenção, problemas de memória e dificuldades de aprendizado. Para crianças autistas, que já podem enfrentar desafios nessas áreas, o impacto pode ser ainda mais significativo. Atividades práticas e interativas, como brincar ao ar livre, desenhar ou jogos de tabuleiro, são mais benéficas para o desenvolvimento cognitivo e devem ser incentivadas em detrimento do tempo de tela.
O autismo é frequentemente caracterizado por comportamentos repetitivos e interesses restritos. As telas podem exacerbar esses comportamentos, pois oferecem estímulos visuais e auditivos constantes que podem ser hipnotizantes para crianças autistas. Isso pode levar ao aumento de comportamentos estereotipados, como balançar o corpo ou bater as mãos, além de dificultar a transição para outras atividades ou ambientes, exacerbando crises e frustrações.
O tempo excessivo em frente às telas também está relacionado a problemas de saúde física, como obesidade, problemas de visão e distúrbios do sono. Para crianças autistas, a atividade física é especialmente importante, pois ajuda a melhorar a coordenação motora, reduzir a ansiedade e aumentar o bem-estar geral. Promover um estilo de vida ativo e limitar o uso de telas pode, portanto, trazer benefícios significativos para a saúde física dessas crianças.
Reduzir o tempo de tela não significa eliminar completamente o uso de tecnologia, mas sim equilibrar e controlar seu uso. Aqui estão algumas sugestões práticas para alcançar esse equilíbrio:
1. Estabelecer Limites Claros: Defina tempos específicos do dia para o uso de telas e mantenha consistência nesses horários.
2. Promover Atividades Alternativas: Encoraje atividades que não envolvam tecnologia, como leitura, jogos de construção, artes e esportes.
3. Interação Familiar: Passe mais tempo interagindo com a criança em atividades lúdicas e educativas que promovam o aprendizado e o vínculo familiar.
4. Modelar Comportamentos: Seja um exemplo ao limitar o seu próprio uso de telas e ao envolver-se em atividades offline.
Limitar o uso de telas entre crianças autistas é uma medida necessária para promover seu desenvolvimento saudável e equilibrado. Ao reduzir o tempo de exposição a dispositivos eletrônicos, podemos incentivar um ambiente mais propício ao desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e físicas, essenciais para o bem-estar dessas crianças. Como vereador comprometido com a causa do autismo, é fundamental promover políticas públicas que apoiem famílias e educadores nessa tarefa, garantindo um futuro mais promissor e inclusivo para todas as crianças autistas de Caruaru.

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