A relação entre o vereador Delegado Lessa (Republicanos) e o governo Rodrigo Pinheiro (PSD) atingiu seu ponto mais tenso após o parlamentar protocolar, na Câmara Municipal de Caruaru, o requerimento que pede a abertura da CPI das Multas. A iniciativa, que ganhou repercussão imediata nos bastidores e no plenário, expôs um desgaste que vinha sendo contornado por Lessa nos últimos meses, mas agora se tornou inevitável.
Durante a sessão, o clima esquentou. O líder do governo, vereador Cabo Cardoso (Avante), reagiu de forma dura e acusou Lessa de utilizar o tema para fins eleitorais, mirando a disputa de 2026 — quando o republicano deve concorrer a uma vaga na Câmara Federal. Para Cardoso, a CPI seria uma “manobra eleitoreira” e não um mecanismo legítimo de fiscalização para esclarecer a alta incidência de multas aplicadas no município. Outros vereadores alinhados à gestão repetiram o discurso e ampliaram a pressão sobre Lessa.
O vereador, por sua vez, rebateu as acusações e negou qualquer interesse eleitoral. Segundo ele, o requerimento atende ao apelo da população, que tem demonstrado insatisfação com o volume de multas registradas na cidade. “Estou ao lado do povo, pedindo explicações sobre um assunto que preocupa toda a cidade”, afirmou.
Nos últimos meses, Lessa vinha evitando embates diretos com o governo Rodrigo Pinheiro, concentrando críticas principalmente na gestão da ex-prefeita Raquel Lyra. Porém, a repercussão da CPI e a reação imediata da base governista mudaram o rumo político dentro da Câmara, reacendendo tensões e revelando um racha que pode influenciar o cenário de 2026.
A abertura ou não da CPI será um termômetro importante para medir a força política de Lessa e a capacidade de articulação do governo no Legislativo. O clima é de expectativa — e de forte disputa.
